quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sobre degraus, corações e juventude

Ela era tímida, acostumada a ter seus livros como amigos.
Ele não, usava os livros como degraus para alcançar no topo da estante, as garrafas de whisky do pai para embriagar-se e aos seus amigos na beira de sua linda piscina.
Como em qualquer história de jovens, ela se interessa por ele, afinal era o mais interessante do 3º ano daquele colégio.
Ele, como deveria de ser, nem a conhece. Aliás, até a viu na vez que ela deixou cair o seu almoço e fez um barulho no refeitório. Aquele barulho de pratos caindo no chão e lágrimas caindo com eles.

Ela agora curte sua vida com as amigas após 15 anos desde o incidente. Feliz e bonita. A felicidade a deixa com um brilho ofuscante na pele, nos olhos, em seu corpo. E ele?
Ele ainda usa os livros, as pessoas e corações como degraus para conseguir algo mais que não seja só um whisky de seu pai.

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