quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Kriptonita





Ela era daquelas que, sem esforço nenhum, era diferente. Gostava de ser diferente, não queria ser só mais uma. E não era.
Ela era do tipo que de olhos fechados se confia, passa verdade nas palavras. Com um abraço dá a certeza de que o cara é especial. E muitos abraços ela distribuiu.
Todos que passaram em sua vida foram especiais. Cada um de um jeito, por motivos específicos.

O primeiro era o tipo "badboy", aos 14 anos. Normal, toda garota, mesmo uma que seja diferente, se apaixona pelo típico homem-que-você-tem-certeza-que-vai-te-fazer-sofrer-mas-mesmo-assim-fica-com-ele. Ficou com ele até ele a trair, na frente de todo mundo com a desculpa "Você é muito nova, me falta sexo". Típico.
O segundo, um grande amigo, só se envolveu porque ele a ajudou a curar as dores do "badboy". Coitado.
O terceiro, ah, o terceiro. Decisivo. Primeiro homem dela, ela, primeira mulher dele. Primeira namorada, primeira companheira, primeira conselheira. Tão conselheira que o aconselhou a esquecê-la.
O quarto, tudo que sua mãe queria. Tudo que ela não procurava.

Semelhanças entre eles? Só uma: Todos a amavam. Cada um de um jeito, por motivos específicos, assim como anteriormente lhes falei...

E quando ela jogou tudo pro ar e resolveu ser uma frigideira sem tampa, uma laranja sem metade, Yoko Ono sem John Lennon, Buchecha sem Claudinho, ele apareceu.
Uma mistura de todos os 4 seres que ela aprendeu a amar.

Ela se viu em cada conselho que dava às suas amigas sobre relacionamentos: "Se não há confiança fica complicado qualquer relacionamento". "Tá na cara que isso não vai dar certo!".. "Sai dessa..". E quando deu por si estava se aconselhando com conselhos datados, mas talvez com uma certa importância.
Complicado para nossa heroína.
Assim como Mulher-Maravilha, Elektra, Mulher-gato, ela precisa de um herói. Afinal heroínas também choram, por mais fortes que pareçam ser.
Nesse caso a kriptonita é o amor...Capaz de acabar com qualquer Super-homem.
Quem terá coragem de salvá-la?

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

4 letras, 2 palavras

Suor.Sussuros.Volúpia.Respiração.Olhares.Banho.Corposmolhados.Carinhos.Arranhões.Mordidas.Puxadasdecabelo."Cachorra".Pensamentos.Promessas.Posições.Verdades.Cansaço.Passarporcimadocansaço.Caras.Bocas.Gestos.Força.Muitaforça.Vontade.Vontadequenãoacaba.Sexo.Amor.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sobre degraus, corações e juventude

Ela era tímida, acostumada a ter seus livros como amigos.
Ele não, usava os livros como degraus para alcançar no topo da estante, as garrafas de whisky do pai para embriagar-se e aos seus amigos na beira de sua linda piscina.
Como em qualquer história de jovens, ela se interessa por ele, afinal era o mais interessante do 3º ano daquele colégio.
Ele, como deveria de ser, nem a conhece. Aliás, até a viu na vez que ela deixou cair o seu almoço e fez um barulho no refeitório. Aquele barulho de pratos caindo no chão e lágrimas caindo com eles.

Ela agora curte sua vida com as amigas após 15 anos desde o incidente. Feliz e bonita. A felicidade a deixa com um brilho ofuscante na pele, nos olhos, em seu corpo. E ele?
Ele ainda usa os livros, as pessoas e corações como degraus para conseguir algo mais que não seja só um whisky de seu pai.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Amor ateu

Às vezes não tem como não acreditar em Deus.
Fica difícil acreditar que por mero detalhe duas pessoas que não se procuravam, se encontram e pareça que sempre se procuraram.
Quando tudo se encaixa tão bem e até completar o pensamento do outro se torna hábito, é difícil não pensar na força divina.
A crença no encontro por acaso é mais cômodo do que o medo de acreditar que aquela pessoa pode ter sido feita para você. É uma grande responsabilidade encontrar com o que não se procura e descobrir que encontrou o certo para você.
Dá um medo, mas o medo também não é divino?